quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
domingo, 7 de novembro de 2010
Porto
Por onde andas?
Em meio a quais notas?
Por meio de quais princípios?
Saudades suas e das inspirações que sempre me causou.
sábado, 30 de outubro de 2010
Caminho
Voltei a lembrar de pensar com cabeça e corpo.
Lembrei de todas as minhas necessidades humanas e carnívoras – aquelas mesmas que esqueci enquanto só pensava em você.
Voltei a mim no exato momento em que decidi deixar tudo que tinha livre, solto, correndo por aí. Presentes e demônios joguei ao vento. Dei-lhe de presente a melhor parte do amor e a marca mais doída que criou-se em mim.
E agora sou leve. Sou vida de novo.
Sabe momentos que vêm, vão, e só deixam uma idéia rasa de que nada aconteceu? Pois foi assim. Assim, desse jeito rápido e rancoroso.
Mas estou feliz. Aprendi que nada que não venha de mim pode me despedaçar por inteiro, tanto como você fez. Não te conhecia e te esperava, eu sei. Mas mesmo chegando com a bondade dos arcanjos são conseguistes ser pra sempre. E é aí que assumo minha culpa.
Nada que não seja eu, da cabeça aos pés, poderá me descompletar e me faltar.
Na minha vastidão sou eu, meus pensamentos e meu coração.
Aprendi a reconhecer minha parte mais bonita.
Mesmo sem você.
domingo, 3 de outubro de 2010
With or without you
domingo, 26 de setembro de 2010
Elo
Sabiá, Sabiá,
Quanto tempo! Quanta coisa pra contar...
Mal sabes tudo que me aconteceu nesse pouco tempo de primavera.
Sabiá, estou triste. Triste mesmo. Não como algo passageiro, mas como um estado de espírito. Tão ruim ser assim.
Você deve estar rindo agora.
Imaginando: “Humrum, Flor triste...”
Não consegues imaginar, eu sei. Foi difícil para mim me acostumar com isso também.
Sabiá, sabe o que é mais contraditório?
Amei. Me apaixonei. Mergulhei naquela sequência de sensações maravilhosas pro corpo e pro sorriso, como você tanto me aconselhou. Respirei o outro até a última gota – sei que isso não fazia parte do passo-a-passo, mas parecia tão natural. Você sabe como sou com um porto seguro, não sabe? Me finco, me apego e não quero largar mais.
Me deixaram, Sabiá. Me deixaram sozinha, sem rumo. E o que é pior: sem meu amor.
Como podem fazer isso com a gente?
Arrancar algo que é só seu, e que não pertence a ninguém, muito mesmo ao outro, e levá-lo embora, fingindo que aquilo nunca existiu.
Ah, meu amigo, a vida é triste. Assim como sou agora.
Me tornei descrente, acredita?
Me tornei descrente de mim no fim das contas. Do que sou capaz, se consigo mesmo ser alguém, se consigo escrever frases bonitas e coloridas outra vez.
Mas essa coisa de poética fica para a próxima. Já lhe enchi com melancolia demais para apenas uma lauda.
Se cuide. E cuide de mim, mesmo que de longe.
PS: Estou precisando de uma bezendeira? Conhece alguma.
Sua Flor triste.
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Naturalmente
(New York, abril de 2010)
E eu ainda sinto saudade.
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Carrinho de rolimã.
Nos rendemos aos caprichos da atração,da paixão, e nos perdemos no meio do caminho. Aliás, será que éramos nós mesmos lá no começo? Tenho a sensação de que tudo já é passado. Não existe, nunca existiu. Foi só lembrança.
Hoje deito pra dormir e com o fechar dos olhos vem nosso beijos. Seus olhares que desciam meu corpo e me provavam que eternidade se constrói no pensamento da alma. Você me invadia, inundava tudo, e não me deixava. Naquele tempo você nunca me soltava. Era o calor do teu corpo que me protegia do medo frio.
E de repente você decidiu se conhecer. Ver as práticas mundanas de perto, me deixando de lado com todo o amor de um mundo inteiro. Eu era só amor. Da cabeça aos pés, eu era só verdade. E eu, assim, me vi partida. Metade de mim, a melhor parte, vale-se dizer, não existia mais. Justo aquela parte que era fundamental pro corpo todo. E eu já não sabia mais andar. Nem respirar. As músicas que ouvíamos agora tocam nos sonhos escuros que tenho em sua companhia todas as noites. Me fazendo lembrar do completo que já conheci.
E hoje eu já nem sei se algum dia fui alguém, ou se fui sempre vazia assim.
Tem gente que se encontra nesses encontros da vida. Eu me perdi. E não me achei mais.
E hoje tudo não passa de lembrança.
domingo, 25 de julho de 2010
Sem doce.
Que deixasse o mundo lá fora com toda o seu mal-humor desnecessário.
Volta pra gente brincar de cabana e tomar café na hora errada.
Pra gente viver o que não cabe mais nessa vida,
E o que os astros destinaram a outros.
Volta pra gente terminar o que não começou.
Volta e fica.
sábado, 17 de julho de 2010
'Cisão'
Sorria. Sorria muito. Deixe essa caretice um pouco de lado... Dance e grite em uma praia vazia. Você vai ver que não é tão horrível como soa.
Que tudo de certo pra voce daqui pra frente. Os erros passados, as entrevistas mal sucedidas, os sonhos de menino. Engraçado. Eu tento, e tentei durante muito tempo, encontrar desculpas concretas e acreditáveis de que vocÊ foi um erro na minha vida. “Podia ter sido diferente. Podia ter sido direito. Podia ter sido pra sempre”. E quem sabe não seja? O tempo que nos guiou foi justo. Um mês regado de descobertas, encontros, paixão, realidade e cor. Como te disse uma vez, não somos loucos. Muito menos sortudos. Somos abençoados. Vivemos em um encontro curto, uma vida pela qual muitos dariam tudo. Carreira, sonho, plano... vício. Vício. Você virou tudo pra mim nesse tempo. Céu, ar, poesia, norte... casa. Me deu abrigo.
Seria piegas e fraco dizer que isso e ‘apenas’ o fim? Doeu. Dói. Vai doer. Mas vai ficar bonito. É a última promessa que eu te faço. Vai se salvar bonito.
As partes ruins? Deixa elas lá. No canto, no escuro, no silêncio, junto com as palavras que eu insisto eu não pronunciar. Eu não quero te querer mal. Já chega o pouco de mal que eu lancei a mim mesma no tempo de insegurancas sobre as tantas e belas promessas que não se cumpriram. Por destino. Por sorte. Ou por fé. Mas você sabe: Eu vou sempre no caminho divido. E um dia desses, um grande amigo meu criou uma frase destinada há milênios a mim. “É fe, e fe, meu caro, e incontestável.”
Deus nos afastou da familia, dos amigos, das nossas vidas para que nos encontrassemos em um outro oceano. Qual seria a dificuldade de um outro milagre como esse daqui algumas colheitas ou anos? Almas polidas, serenas e felizes. Foi o que faltou pra gente. Mais tempo pra conhecer a si mesmo. Você se conhecendo. Eu me entendendo. Siga, então. Siga em busca do que você acredita, das coisas bonitas, de um futuro brilhante. Quem sabe qualquer dia desses a gente não se encontra procurando uma casa, e aí, sim, na mesma cidade?
Só mais uma coisa...
Eu sinto sua falta sempre. De verdade.
terça-feira, 13 de julho de 2010
Oceano Pacífico, dezembro de 2009
Querido Sabiá,
Já nem te conto as maluquices deste mundo que tenho visto. A cada dia que acordo tenho a sensação de que o mundo esteja encolhendo e engolindo esta ilha esplendorosa de pouquinhos. Quero que saiba que desde que cheguei sinto tua falta. Tantas são as horas que espero para confessar a ti minhas impressões desta nova vida.
Essa época do ano também não ajuda. Você me conhece, sabe o quão sentimental posso ser perto de fogos de artifício e umas lágrimas esperançosas. Fiz tantos pedidos relacionados ao teu bonito nome. Fiz tantos votos de continuar a respirar viva nesse caminho maluco que me espera.
Sabiá, o que há de errado com esses outros? O que há de errado comigo? Penso que só você, após uma longa sessão de análise psicológica dos personagens poderia responder. Andam todos tão à toa com a vida. Logo ela, meu Deus, tão sugestiva e brilhante ao lado do sol que insiste em nos iluminar todos os dias aqui. Passam por ela sem nem saber como estão por aqui ou se querem continuar. Acho ser a única diferente também – penso receosamente se não estou a ficar louca, Deus me livre deste mal familiar – mas não quero mudar.
Céus, nem os afagos de carinho essas almas parecem entender. Quando falo de meu mestre, o querido Quintana, me olham como se não pertencesse a esta órbita. Quão louco pode ser alguém que tem aversão à poesia? E logo perto de mim, aquela que vive pela poética, não importando a métrica, desde que tenha verdade.
Sinto tanta falta de ti, Sabiá. Minhas palavras já não conseguem encorpar a falta que tu fazes. Queria tanto poder exercitar meu egoísmo e colocar você dentro daquela caixinha que te deixei de aniversário e te carregar pra cima e para baixo comigo. De preferência perto do meu peito caloroso, só assim saberias como ele – ainda – bate fortíssimo quando estas por perto.
Espero que não tenha te cansado com tantos altos e baixos de considerações.
Te espero em breve.
Com carinho,
Sua flor.
quarta-feira, 7 de julho de 2010
Com toda a bagagem de sonhos e conversas de varanda de praia, sobram perguntas acerca de um futuro bonito. Quanto tempo deve durar essa dor de cabeça chata? Quanto tempo dura uma dor que ainda não veio, e um frio que não tem estação de chegada? Faz sentido querer um tal “não-sei-o-que”, com um perfil um tanto previsível? Bonito, educado, sensível... e vulnerável? Ah, deixa pra lá. Já dizia um sábio: “Vida ao vivo é pra quem tem coragem.” E coragem eu tenho. Com pó e base, enfrento qualquer bom desafio que me leve ao fim do túnel. De repente, o pedaço já tem nome e rosto. E parece tanto você naquele sonho bonito de ontem à noite...
Em tempos de bons ventos,
Sorrisos novos e bem acompanhados
Fazem coro com o coração novo.
Com o mesmo cuidado da caixinha de música,
Guardo você no peito, rego, e peço benção aos céus.
Que nada mais mude, que a gente fique, e que o pra sempre aconteça.
Seu peito virou abrigo,
E de agora em diante será só você, eu, e nossos sonhos.