domingo, 21 de junho de 2009




É isso que importa no fim,
Todos caminhos que guiaram até aqui,
Todos os sorrisos que completaram o depois,
Todas as belas histórias contadas a dois.
É isso que importa no fim,
O romance concluído,
O sonho depois de acordado,
O abraço apertado.

É isso que importa no fim,
Saber que quando fomos um, fomos o bastante.
E que quando fomos dois, éramos apenas mera metade
de um todo conjunto de um.

É saber que toda a estrada chega aqui,
Onde tudo termina assim,
Que mesmo sem ter depois,
Isso é "apenas" o fim.


Dica de fim de semana: Assistam Apenas o Fim!

domingo, 14 de junho de 2009

Lado direito

Ele dizia que não tinha medo nenhum de tentar. De seguir em frente, de deixar ‘ela’ de lado. ‘Ela’, a antiga-atual-e-sempre-ex-namorada. Ela, a só então ‘amiga’, se conformava com os dias que passavam a giz, ali, naquela varanda. Os dias eram sempre tão longos, tão cheio de sorrisos. Quando ela ouvia o som da campainha, sabia já de praxe, que a tarde seria toda colorida.
Ele continuava dizendo que se tivesse que arriscar, arriscaria mesmo. Dizia que não deixaria uma “boa” oportunidade passar. E isso, não era só relacionado as “mulheres” que viriam na vida dele. Ela entendia que as oportunidades que ele tanto citava durante suas conversas, eram direcionadas aos sonhos, que nele nasciam com a força total de um manifesto em plena revolução, e que ele insistia em esconder atrás daquela mal-feita máscara de durão.
As férias batiam a porta, como toda chuva de verão que demora a passar. O tempo deles estava acabando, e no fundo, os dois sentiam aquilo. Foram abraços de verão, sorrisos pro mar e músicas baseadas só em refrão. E ela teve que viajar. O tempo passou novamente. Ele não dava notícias. Ela sabia, no fundo, que por trás do silencio ainda existia uma base forte em harmonia. Um dia o telefone tocou. Não era ele. Eram só notícias vazias dele. Ele andava bem, sempre em companhia daquele pendular relacionamento novo-e-antigo. Ela se deixava alimentar pela saudade. A distância não incomodava mais que as cenas já presenciadas tantas vezes, quando o ‘casal’ resolvia se conciliar, e ela, sempre de longe, era obrigada a assistir e sorrir. Eles eram chamados de ‘melhores amigos’.
Ela voltou, e ele vibrou. Falou horas das saudades, das boas novas, e das ‘candidatas’ que haviam se acolhido ali, enquanto ela estava fora. As provocações faziam parte. Ela entendia o riso irônico. Ele sabia que aquela cara era de briga. Os dois se entendiam como a água e o óleo, nunca se misturando, mas sabendo a temperatura ideal para o conforto um do outro.
A vida os separou. Cada um pro seu lado. Felizes natal e ano-novo chegam sempre via e-mail. As fotos antigas continuam na caixa de madeira no fundo do armário. As cartas, escritas só em datas especiais, ainda guardam em remetente o nome dela na gaveta do computador.
Depois que os riscos passaram e que ele já não teme mais tentar, ambos sabem, que o que faltou pra eternizar a mistura heterogênea de momentos excêntricos foi o beijo, que ele insistiu em não concretizar
.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Colheita

Ontem, em uma palestra durante a aula de Jornalismo Cultural, o convidado da vez, Carlos Raíces, atual editor do Valor Econômico, deixou no ar a seguinte questão: Como fazer para não perder a paixão por escrever e fazer jornalismo após tantos anos atuando na profissão? - Atuar, aqui, entende-se por pressões, deadlines, muitos “nãos”, correria, gastrites, sermões, rasgação de matérias, enfim... Coisas que os jornalistas entendem muito bem.

Eu, não muito satisfeita com uma resposta que ele tinha dado a um colega meu de turma, onde ele havia perguntado anteriormente qual era o “segredo” para continuar exercendo a profissão de maneira alegre e “empolgante”, reformulei a pergunta deixando claro que não gostaria de um “essa pergunta vale R$ 1 milhão, eu sinceramente não sei qual é a fórmula, quem souber vira milionário”, e perguntei: “Quais são os passos para continuar amando o que se faz e não perder a paixão por escrever ao longo dos conturbados anos de carreira?” Ele sorriu, entendendo o fundo passional da pergunta e respondeu: “Eu continuo sempre lendo, indo atrás de novos textos, novas inspirações... De linhas que me tragam vontade de continuar escrevendo. É isso, acho que ler e ir sempre em busca de respostas para minhas dúvidas é o que me faz continuar apaixonado pelo que faço mesmo com o passar dos anos.”
Minha professora, uma das pessoas mais brilhantes que já tive o prazer de conhecer, sorriu em resposta ao que ele disse e olhou significativamente para mim passando uma mensagem quase entrelinhas, algo que queria, acho eu, mais ou menos dizer assim: “Tá vendo? Você já sabia a resposta...”

E ai fica a reflexão:
Como fazer para não perder a paixão pelo que se faz, com o passar dos anos?

Eu, sem muito saber ainda aonde vai dar ou a “fórmula” mágica para manter a chama sempre acesa, continuo – agora, ainda mais – no caminho das grandes obras, dos grandes escritores, das grandes estórias, dos grande amores... Eu vou lendo na esperança de que a cada linha ou verso essa minha paixão só aumente e se fortaleça! Eu sigo o mesmo caminho do Raíces e recomendo: LEIAM!!

sábado, 6 de junho de 2009

Eu sou intensa. Na parte mesmo de levar tudo às ultimas conseqüências, de acordar pra viver tudo que tem lá fora e que me espera.
Não consigo parar, respirar fundo e pensar com calma.
A calma me agonia, me traz um mau pressentimento de coisas que podem dar errado.
Dá vontade de ir além de tudo, de todos os limites, de todas as fronteiras.
Quando me dizem pra falar mais devagar, me revolto.
Por que eu deveria me preocupar se a deficiência de me ouvir faz parte de você e não de mim?
São poucos os que fazem valer qualquer telefonema...
Eu não, eu vou fundo. Eu atendo, eu respondo, eu retorno, eu desligo na cara. Só pra estudar as reações.
Se me questionassem sobre o futuro, eu não hesitaria: “Eu faço o presente virar futuro só para ver até onde ele vai. Se ele não levar a lugar algum, eu volto pro meu mundo de faz de conta.”
Não basta uma teoria bem feita pra mim, eu quero a prática até as últimas conseqüências.
Pra quê uma frase bem composta se eu posso gritar e fazer todo mundo ouvir os meus medos mais ferrenhos?
Pra quê a metáfora bem elaborada se na base da sinceridade eu me mostro por completa?
Eu quero um abraço apertado, um grito escandaloso, um amor novo. Eu quero um olhar hipnotizante, um calor que derrete, um poema chocante. Eu quero um “pra sempre” bem ornamentado, um sorriso que faz doer e um término com convicção. É isso que eu quero...
Eu quero
intensidade!


"Exagerado... Com mil rosas roubadas, exagerado..."

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Uma lembrança feita de sons profundos
Ao som de qualquer boa nota,
De qualquer belo abraço,
De todo sorriso esperado.



São lembranças que nos tornam humanos,
São notas que nos fazem sentido,
São abraços que nos transformam em gente
São sorrisos que nos fazem completos.



Na lembrança daquele esperado sorriso feliz
Soube dançar,
Soube viver,
Soube criar.
Na lembrança daquele som que me mostrava o caminho além
Soube voar,
E assim aprendi a ser gente,
Com você.






Viva 2 de Junho! Viva a vida do Feio!