segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Ego. Outro. Nós. O todo



E enquanto o tempo passa lá fora, aqui dentro eu me construo dos elementos que trago comigo pela vida. Trechos, versos e abraços. 
Que enquanto eu vivo alheia ao mundo, dentro dessa bolha chamada eixo meu, eu consiga enxergar o que me atém. O que me encanta, o que me alimenta. 
Nenhuma saudade dura pra sempre. E quando você aprende a viver longe, vê que a estrada de volta já nao é mais tão colorida como há três primaveras. 
O tempo passou, a corrente virou e a poesia, por incrível que pareça, tem prazo de validade. 
Você cresce e vê que os sentimentos, verdadeiros ou passageiros, também secam.
E maldito seja esse tempo feroz que corrói tudo.
E como será daqui uns meses? E os desejos que eram recorrentes em janeiro? Mudaram com a estação ou permanecem seguros no mural do quarto?
Imprevisível. 

O que se sabe, pelo menos por agora, é que seremos nós a construir a estrutura que agüentará todo o resto. 
O bom dessa reclusão é que ao fim, espera-se que saberei lidar com o protagonista raivoso dessa história toda: esse alter ego grande, mandão, sonhador, que habita aqui dentro.

Certo tempo

E mesmo que eu precisasse de muito mais,
De garantias de um futuro certo e constante,
De metas de vida ou fundos emocionais de poupança.
Ainda assim você chegaria como a brisa mais forte e me levaria pra voar com você.
E tudo fica dúbio, eu sei.
Logo eu, que sempre quis a parte mais certa de que tudo ficaria bem.
É que você provoca em mim sentimentos relacionados a uma vida inteira.
A sonhos e imagens que foram relacionados a você muito antes de você aparecer.
E se pra viver isso eu tenho que jogar fora todos os meus conceitos de vida, 
Todas as garantias, 
Que seja.
Nada. Nunca será tão sincero e tão bonito quanto o sorriso que você faz brotar no meu coração quando esta perto.
E depois, se tiver que ir, vá.
Eu já terei aprendido muito com você.
Inclusive a dividir as coisas verdadeiras do mundo com o outro.
Que você permaneça pelo tempo da delicadeza, então.