domingo, 25 de julho de 2010
Sem doce.
Que deixasse o mundo lá fora com toda o seu mal-humor desnecessário.
Volta pra gente brincar de cabana e tomar café na hora errada.
Pra gente viver o que não cabe mais nessa vida,
E o que os astros destinaram a outros.
Volta pra gente terminar o que não começou.
Volta e fica.
sábado, 17 de julho de 2010
'Cisão'
Sorria. Sorria muito. Deixe essa caretice um pouco de lado... Dance e grite em uma praia vazia. Você vai ver que não é tão horrível como soa.
Que tudo de certo pra voce daqui pra frente. Os erros passados, as entrevistas mal sucedidas, os sonhos de menino. Engraçado. Eu tento, e tentei durante muito tempo, encontrar desculpas concretas e acreditáveis de que vocÊ foi um erro na minha vida. “Podia ter sido diferente. Podia ter sido direito. Podia ter sido pra sempre”. E quem sabe não seja? O tempo que nos guiou foi justo. Um mês regado de descobertas, encontros, paixão, realidade e cor. Como te disse uma vez, não somos loucos. Muito menos sortudos. Somos abençoados. Vivemos em um encontro curto, uma vida pela qual muitos dariam tudo. Carreira, sonho, plano... vício. Vício. Você virou tudo pra mim nesse tempo. Céu, ar, poesia, norte... casa. Me deu abrigo.
Seria piegas e fraco dizer que isso e ‘apenas’ o fim? Doeu. Dói. Vai doer. Mas vai ficar bonito. É a última promessa que eu te faço. Vai se salvar bonito.
As partes ruins? Deixa elas lá. No canto, no escuro, no silêncio, junto com as palavras que eu insisto eu não pronunciar. Eu não quero te querer mal. Já chega o pouco de mal que eu lancei a mim mesma no tempo de insegurancas sobre as tantas e belas promessas que não se cumpriram. Por destino. Por sorte. Ou por fé. Mas você sabe: Eu vou sempre no caminho divido. E um dia desses, um grande amigo meu criou uma frase destinada há milênios a mim. “É fe, e fe, meu caro, e incontestável.”
Deus nos afastou da familia, dos amigos, das nossas vidas para que nos encontrassemos em um outro oceano. Qual seria a dificuldade de um outro milagre como esse daqui algumas colheitas ou anos? Almas polidas, serenas e felizes. Foi o que faltou pra gente. Mais tempo pra conhecer a si mesmo. Você se conhecendo. Eu me entendendo. Siga, então. Siga em busca do que você acredita, das coisas bonitas, de um futuro brilhante. Quem sabe qualquer dia desses a gente não se encontra procurando uma casa, e aí, sim, na mesma cidade?
Só mais uma coisa...
Eu sinto sua falta sempre. De verdade.
terça-feira, 13 de julho de 2010
Oceano Pacífico, dezembro de 2009
Querido Sabiá,
Já nem te conto as maluquices deste mundo que tenho visto. A cada dia que acordo tenho a sensação de que o mundo esteja encolhendo e engolindo esta ilha esplendorosa de pouquinhos. Quero que saiba que desde que cheguei sinto tua falta. Tantas são as horas que espero para confessar a ti minhas impressões desta nova vida.
Essa época do ano também não ajuda. Você me conhece, sabe o quão sentimental posso ser perto de fogos de artifício e umas lágrimas esperançosas. Fiz tantos pedidos relacionados ao teu bonito nome. Fiz tantos votos de continuar a respirar viva nesse caminho maluco que me espera.
Sabiá, o que há de errado com esses outros? O que há de errado comigo? Penso que só você, após uma longa sessão de análise psicológica dos personagens poderia responder. Andam todos tão à toa com a vida. Logo ela, meu Deus, tão sugestiva e brilhante ao lado do sol que insiste em nos iluminar todos os dias aqui. Passam por ela sem nem saber como estão por aqui ou se querem continuar. Acho ser a única diferente também – penso receosamente se não estou a ficar louca, Deus me livre deste mal familiar – mas não quero mudar.
Céus, nem os afagos de carinho essas almas parecem entender. Quando falo de meu mestre, o querido Quintana, me olham como se não pertencesse a esta órbita. Quão louco pode ser alguém que tem aversão à poesia? E logo perto de mim, aquela que vive pela poética, não importando a métrica, desde que tenha verdade.
Sinto tanta falta de ti, Sabiá. Minhas palavras já não conseguem encorpar a falta que tu fazes. Queria tanto poder exercitar meu egoísmo e colocar você dentro daquela caixinha que te deixei de aniversário e te carregar pra cima e para baixo comigo. De preferência perto do meu peito caloroso, só assim saberias como ele – ainda – bate fortíssimo quando estas por perto.
Espero que não tenha te cansado com tantos altos e baixos de considerações.
Te espero em breve.
Com carinho,
Sua flor.
quarta-feira, 7 de julho de 2010
Com toda a bagagem de sonhos e conversas de varanda de praia, sobram perguntas acerca de um futuro bonito. Quanto tempo deve durar essa dor de cabeça chata? Quanto tempo dura uma dor que ainda não veio, e um frio que não tem estação de chegada? Faz sentido querer um tal “não-sei-o-que”, com um perfil um tanto previsível? Bonito, educado, sensível... e vulnerável? Ah, deixa pra lá. Já dizia um sábio: “Vida ao vivo é pra quem tem coragem.” E coragem eu tenho. Com pó e base, enfrento qualquer bom desafio que me leve ao fim do túnel. De repente, o pedaço já tem nome e rosto. E parece tanto você naquele sonho bonito de ontem à noite...
Em tempos de bons ventos,
Sorrisos novos e bem acompanhados
Fazem coro com o coração novo.
Com o mesmo cuidado da caixinha de música,
Guardo você no peito, rego, e peço benção aos céus.
Que nada mais mude, que a gente fique, e que o pra sempre aconteça.
Seu peito virou abrigo,
E de agora em diante será só você, eu, e nossos sonhos.