Foi um tempo carregado de coisas. Acontecimentos diversos,
misturados, isolados, todos juntos, ao mesmo tempo em que vinham todos
separados. Contraditório, eu sei. Também reconheci. E entendi. Me entendi. Se
houve um ano em que ousei ser e querer tudo o que eu mais podia e queria, foi
nesse que termina nessa segunda.
Ousei querer. Ousei ir atrás, mesmo
que não conseguisse, mas tentei, e com coragem. Me arrisquei. Me joguei de
altos penhascos para ver a vista mais bonita. E vi. Curti cada segundo do alto
colorido da vida. E cai. Despenquei em questão de segundos. E aprendi que os
desejos, assim como a gravidade, podem te levar a lugares incríveis, mas também
podem resultar em quedas. Mas nada que não passe. Foi mais um fato que vi
nesse ano que passou tão devagar e ao mesmo tempo tão rápido: tudo passa. E
depois que passa, só o que foi bonito fica. (Já isso foi escolha minha de vida.
O que foi bom fica. Tem que ficar.) O cinza, a dor, o machucado, vira
crescimento. E nos, viramos gente.
Encontrei almas bonitas. Nesses
encontros que juramos ser para sempre. E a partir daí passei a acreditar em
outro tipo de finais também. Com interrogações, exclamações – com acusações silenciosas
via email -, reticências e dois pontos. Mas pude ver que nada chega
realmente ao fim ate que tenha havido um ponto sozinho, solitário, gélido e
forte. E em certas situações, só ele pode salvar o fim do enredo. Pois aprendi a colocar pontos finais em historias também. Aprendi a desapegar do que não me fazia mais bem
do que mal na equação final de bons momentos. Não sem antes tentar todas as
alternativas, claro. (Coisa de crença exacerbada no potencial dos outros, eu
sei. Virou lição). Vi que a falta de comprometimento do outro também dói, mas
descobri que tudo é questão de ponto de vista. E nesse caminho, aprendi a
dosar as expectativas. A reduzir a velocidade dos pensamentos, dos desejos e,
consequentemente, das frustrações mal trabalhadas sob os sonhos solitários.
Foi
um ano bonito. De conquistas concretas a vontades abstratas que faziam par aos desejos de ano novo que se acumulavam na cabeceira. Não tenho reclamações. Mas
como um bom coração inquieto e curioso, quero mais. Para o ano que esta por
vir, quero uma lista de palavras fortes. Que em 2013 não faltem sonhos pelos
quais acordar, fé para crer nos amanhas e encontros de almas de verdade. Que
sobre vontade nos olhos, carinho no peito e coragem, para ir atrás de tudo que
a cabeça ouse acreditar. Que venham sim novos desafios, mas que eles sejam para
apontar a evolução e não vistos apenas como acontecimentos sombrios. Que ele
seja o marco de um amor também. Ou amores. Não importa. Que ele seja abundante
na troca infinita de crenças, aprendizados e metas. E que 2013 venha cheio de
verdades: no pensar, no agir, no entender, no outro.
Vem e surpreende, 2013. Vem entrar
pra lista dos mais bonitos. 2012 já fez uma bela previa.