Foi de um despertar súbito. Antes eu estava ali: tranquila, serena, toda envolta nos seus
braços firmes e doces, que me encaixavam tão bem. E aí eu acordei. Assustada.
Devastada. Vazia. E com o coração em palpitações tão fracas, quanto quem quase
está a desfalecer, segui pelo dia. Foi aí que me dei conta de que a saudade que
você causa não é de emoções, de momentos. Claro que esses detalhes têm lá seu
peso. Mas o principal, o que faz meus dias pesarem tanto, é a falta física que
você faz. Eu sinto falta do teu cheiro. Da tua pele no meu abraço, do sorriso
que vem sempre depois que, de alguma maneira, nosso beijo desanda de um jeito
engraçado. É dessa ausência que eu sofro. É do teu perfume, que eu
sinto em qualquer esquina da cidade, por onde quer que eu ande. É a falta dos beijos que
correm pelos meus braços e barriga, e insistem em querer descobrir meu mundo
desenhado na carne. Meu problema é de essência com essência. De tato com
aconchego. E eu já acho que sofro de uma síndrome, que tranquilamente poderia levar
seu nome. E em nível crônico.
terça-feira, 27 de novembro de 2012
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