Voltei a lembrar de pensar com cabeça e corpo.
Lembrei de todas as minhas necessidades humanas e carnívoras – aquelas mesmas que esqueci enquanto só pensava em você.
Voltei a mim no exato momento em que decidi deixar tudo que tinha livre, solto, correndo por aí. Presentes e demônios joguei ao vento. Dei-lhe de presente a melhor parte do amor e a marca mais doída que criou-se em mim.
E agora sou leve. Sou vida de novo.
Sabe momentos que vêm, vão, e só deixam uma idéia rasa de que nada aconteceu? Pois foi assim. Assim, desse jeito rápido e rancoroso.
Mas estou feliz. Aprendi que nada que não venha de mim pode me despedaçar por inteiro, tanto como você fez. Não te conhecia e te esperava, eu sei. Mas mesmo chegando com a bondade dos arcanjos são conseguistes ser pra sempre. E é aí que assumo minha culpa.
Nada que não seja eu, da cabeça aos pés, poderá me descompletar e me faltar.
Na minha vastidão sou eu, meus pensamentos e meu coração.
Aprendi a reconhecer minha parte mais bonita.
Mesmo sem você.